sábado, 26 de fevereiro de 2011

Hinduismo - Sri Shiva Mahadeva

Junto com o Senhor Vishnu e com Devi – esposa de Shiva, Shiva, ou Siva, ou Maha-deva, é um das mais populares deidades no Hinduísmo dos dias de Hoje, apesar de Shiva não aparecer nos clássicos Vedas.

Suas raízes podem ser encontradas junto com o Senhor Rudra – o predecessor de Shiva nos Vedas

Como os outros grandes deuses Hindus, Shiva, cujo nome significa “alguém auspicioso”, é adorado de muitas e muitas formas, bem como por muitos nomes.

Uma vez que o Hinduísmo se espalhou para o subcontinente indiano, as deidades locais e tradicionais foram assimilando e tomando vários aspectos deste Deva.

Algumas das formas de Shiva são:


Dakshinamurti

.
Uma das formas mais populares do Senhor Shiva, como o Supremo Yogi em profunda meditação no Senhor Supremo, Vishnu ou Krishna, é a que Ele se encontra meditando no monte Kailasha, Sua morada nesta Terra, que fica no alto do Himalaia.

Ele é representado como um Sadhu (homem santo) renunciado, coberto com uma tanga, com o cabelo enroscado e amarrado no alto da cabeça. Ele veste uma guirlanda de serpentes Najas, e o rio Ganga (Ganges), flui do alto do seu coque.

Por detrás d’Ele nós vemos Seu fiel companheiro, o búfalo Nandi.

As serpentes - 
tal como aparecem nos sítios arqueológicos nas Américas... - que sempre aparecem em volta dos braços, pernas, cabeça e como colares... nesses deuses simbolizam a Sabedoria... 


Nataraja

A parte importante de Shiva na Trimurti é a destruição no mundo material após um ciclo de criação, Ele representa a visão cíclica do tempo conforme a visão do Hinduísmo.

É o Dançarino Cósmico – é o deus da criação e destruição, que sustenta através de sua dança, o ritmo interminável do Universo

A palavra sânscrita “nataraja” significa Rei (raja) do Dançarinos (nata). “o rei da dança”; e nesta forma diz respeito a dança da transformação ou da destruição, no fim de um ciclo, protagonizada pelo Senhor Shiva, fazendo, assim, o movimento eterno do universo.

Como sua dança, toda a criação se move de várias formas.

Quando a dança termina, o universo chega a um fim. 




A dança de Shiva simboliza não apenas os ciclos cósmicos de criação e destruição, mas também o ritmo diário de nascimento e morte, visto no misticismo indiano como a base da existência.

Ao mesmo tempo Shiva nos lembra que as várias formas do Mundo são Maya – não fundamentais mas em permanente mudança, portanto, ilusórias... e, na medida que segue criando-as e dissolvendo-as no fluxo incessante de sua dança que é na verdade, a contínua criação-destruição do Universo, a morte equilibrando exatamente o nascimento, o aniquilamento como o fim de tudo aquilo que veio à existência – por isso as coisas são consideradas Maya ou ilusórias...

Na crença hindu, todas as vidas são parte de um grande processo rítmico de criação e destruição, de morte e renascimento e a dança de Shiva simboliza esse eterno ritmo de vida-morte que se desdobra em ciclos intermináveis.


Nas palavras de Ananda Coomaraswamy
em seu livro “The Dance of Shiva” – Nova York - 1969:

“Na noite de Brahman, a natureza acha-se inerte e não se pode dançar até que Shiva o determine:

ele se ergue dançando de Seu êxtase e, dançando, envia através da matéria inerte ondas vibratórias do som que desperta e, vede!, a matéria também dança, aparecendo como uma glória que circunda.

Dançando, Ele sustenta seus fenômenos multiformes.
Na plenitude do Tempo, dançando ainda, Ele destrói as formas e nomes pelo fogo e lhes concede novo repouso.

Isto é poesia e, contudo, também é ciência.”



Ele representa o eterno movimento do universo que foi impulsionado pelo ritmo do tambor e da dança. Apesar de seus movimentos serem dinâmicos, como mostram seus cabelos esvoaçantes, Shiva Nataraja permanece com seus olhos parados, olhando internamente, em atitude meditativa.

Ele não se envolve com a dança do universo pois sabe que ela não é permanente. Como um yogue, ele se fixa em sua própria natureza, seu ser interior, que é perene.




Em uma das mãos, Shiva Nataraja segura o Damaru, 



DAMARU
O tambor em forma de ampulheta representa o som da criação do universo.
 
e representa o masculino e feminino da criação, juntos numa mesma peça;
com o qual marca o ritmo cósmico e o fluir do tempo.

Segundo a mitologia, enquanto Shiva tocar o damaru o universo continuará existindo.

Na outra mão, traz uma chama, símbolo da transformação e da destruição de tudo que é ilusório.

As outras duas mãos, encontram-se em gestos específicos.
A direita, cuja palma está a mostra, representa um gesto de proteção e bênçãos - abhaya mudrá.
A esquerda representa a tromba de um elefante, aquele que destrói os obstáculos, o qual refere-se à força,



Siva dança sobre um anão, que representa a ignorância.

e a sua perna livre simboliza a liberação.

ao seu redor está uma roda de fogo, que representa o poder da renovação.

As chamas que o rodeiam, também, dizem respeito à energia pura, e o sagrado Mantra OM .

OM ou Aum
é o mais importante símbolo religioso do hinduísmo,
e significa o Espírito Cósmico.


No hinduísmo, o universo brota da sílaba OM.

É interessante comparar essa afirmação com a conhecido prólogo do Evangelho de São João: "No princípio era o Verbo (a sílaba, o som). E o Verbo era Deus. (...) Tudo foi feito por Ele (o Verbo) e sem Ele nada se fez."

É com o som do Damaru que Shiva marca o ritmo do universo e o compasso de sua dança.

As vezes, ele deixa de tocar por um instante, para ajustar o som do tambor ou para achar um ritmo melhor e, então, todo o universo se desfaz e só reaparece quando a música recomeça.


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